terça-feira, 17 de outubro de 2017

Poesia (26.7)

entardeço

apressados
apressados
os passos se curvam
diante da rotina.

monto esquemas,
desconto horas,
preparo estruturas
(tanto físicas
quanto intelectuais).

convivo com os fantasmas todos,
bebo água,
faço rir,
faço rir.

como o que trouxe comigo,
reduzo problemas,
na mochila estão;
escuto canções,
viabilizo respirações profundas.
e choro baixinho pra dentro,
baixinho,
baixinho
só eu escuto;
deixo cair aquelas lágrimas.
entardecidas se perdem,
nem tão salgadas mais, eu acho.
têm o gosto da tarde.

entardeço seguindo o barulho
das obras,
caçando a lua,
tropeço olhando pro céu,
mas não caio com frequência.
sigo com fones atarraxados
que inundam meus pensamentos,
já entardecidos,
de qualquer coisa
que distraia;
e o sol se finda acolá.

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