segunda-feira, 22 de abril de 2013

Poesia (18.3)


Nepente

Devagar sem alarde
De mansinho foi chegando
Sem sequer pensar muito
Nos rumos que íamos tomando.

Sem mandar nas manobras
Deixei vires até aonde querias
Deixei deitar aqui eu mesmo
E tu ao meu lado
Mesmo sabendo que só no depois
Realmente estarias.

Ainda não há cheiro nem gosto
Ainda não há pele macia
Mas nos meus sonhos
Há algo que eu talvez
Sequer conhecia.

Foi-se tarde a dor de outrora
Que talvez volte mais tarde
Num descuido do agora
Tua presença se revelou
Tão forte
E com ela quero ficar
Até onde tivermos coragem
Já que levastes embora o sofrimento
Sem me tomar nenhuma vantagem.

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